"A vida só é chata quando não se sabe aproveitá-la"
Eram as palavras de minha psicóloga. Eu revirava os olhos ao ouvi-la, mas logo as esquecia. Hoje não, elas simplesmente vieram a tona, impregnando-se em minha mente que, antes era vazia e com apenas um objetivo, hoje é cheia de ressentimentos por não ter sonhado e realizado mais. Me arrependo profundamente de ter feito aquilo. De ter me matado com apenas vinte anos de idade.
Depressão, era o que eu tinha. Mas possuía família, incontáveis amigos, uma ótima vida. Mas sempre houve algo que me mandava dar um fim àquilo, como uma vozinha doce e inocente, porém com palavras sombrias dentro de minha cabeça: acabe com sua vida, mate-se, corte seus pulsos. Era muita pressão: pessoas para lidar, faculdade para lidar, trabalho para realizar, contas a pagar... uma vida inteira monótona e sem graça pela frente. Estava tudo tão complicado. Mas que merda. Haviam pessoas com condições muito piores que a minha e que estavam firmes e fortes. E eu pensando que a minha vida era a mais complicada. Que tolice a minha. Suicidar-me por pressões pelas quais quase todos passam. "A morte é mais fácil", eu pensava. Mas não é, não. Encontro-me em um lugar frio, com nuvens cinzas ao alto, mas um enorme vazio em baixo. Estou completamente vazia, apenas com meus arrependimentos, choros e murmúrios de minha família que se encontra em algum lugar por aí.
Eu não devia ter cometido esse ato, esse erro.
Agora penso que há bilhares de pessoas vivas, com suas vidas... E eu com meus arrependimentos. Morta.
Mas, acima de tudo, gostaria de perdoar-me com minha família e amigos. E de dizer com os amava, mas estava cega com meus insanos pensamentos suicidas e sem sentido.
Eu sinto muitíssimo.
Eu me arrependo profundamente de ter cometido suicídio.
Nenhum comentário:
Postar um comentário