quinta-feira, 28 de julho de 2016

De cabeça para baixo, capítulo 9

  - Hã, o que?- Tyler perguntou envergonhado. Neste instante, o sinal tocou e seus amigos de despediram indo embora e me olhando com um olhar um tanto assustado.
  - E aí? O que me diz?- eu perguntei o barrando, pois estava querendo ir para a classe.
  - Hã...tenho certeza de que você não irá gostar de se atrasar no seu primeiro dia de aula em...ah...dias- ele falou meio embaraçado.
  - Me dê uma resposta ou ficaremos aqui por um bom tempo. Tenho o dia inteiro disponível!- eu falei já ficando com raiva.
  - Okay, okay- ele disse sem paciência- Mas por que você precisa do número dela ou informações sobre ela?
  - Eu não sei se você sabe mas...as digitais de Adelle foram encontradas na arma do crime, que assassinou meu pai! Agnes é filha dela! Eu preciso dar um jeito de encontrá-la!
  - Mas o que você vai fazer?- ele perguntou arrumando os óculos que usava.
  - Eu...eu...olha, quer saber? Isso não é do seu interesse! Só quero saber a resposta!- eu falei com raiva. Na verdade, estava procurando por vingança, estava decidida a fazer nada com Agnes, mas sim com Adelle. Ela precisava  sentir o gosto da vingança. Ela não deveria ter feito o que fez.
  - Me diga o que vai fazer, Agnes é minha amiga- Tyler falou com raiva e um tanto assustado também.
  - Escute: relaxa, não farei nada com Agnes. Meu interesse é em Adelle. Ela é filha ent...
  - Você está querendo vingança, não é? Escute, o que isto irá lhe beneficiar...?- ele perguntou “lendo” meus pensamentos.
  - Eu apenas estou fazendo o trabalho que a polícia não está fazendo. Ela precisa ir para atrás das grades! E se ela resolver matar mais alguém? E se esse alguém for de sua família ou você?- eu comecei a falar, puxando para o lado mais pessoal. O lado que machucava: família.
  - Promete que não fará nada com elas?- ele perguntou tentando manter a calma.
  - Okay. Só responda!- eu falei olhando para ele.
  - Tá certo! Me fale quando temos de começar, irei lhe ajudar!- ele falou olhando para o chão. Sorri para ele, então nós saímos da biblioteca. Ele indo para um lado e eu para outro. Mais precisamente para a aula de literatura.
  - Você está atrasada... Quase dez minutos!- professora falou sem olhar para mim. Apenas de frente para o quadro escrevendo seja lá o que for.
  - Desculpe...professora- eu falei, não tivera aula de literatura, então não sabia seu nome.
  - Ah, você é Ally Spinnet, certo?- ela perguntou ao virar para a porta, olhando para mim meio culpada. Acho que a escola inteira sabia do ocorrido.
  - Só Ally- eu falei entrando na sala e ignorando os olhares que recebia. O único lugar disponível era um ao lado de Olívia. Teria de sentar lá, mesmo não querendo.
  - Olá Ally, o que achou de suas férias?- ela falou e tom de provocação.
  Pensei em dizer algo para ela, do tipo: “E com quantos garotos ficou neste tempo?”, porém ignorei essa frase idiota e fiquei quieta, a ignorando. A última coisa que queria era arrumar confusão com a pessoa errada.
  A professora continuou com a sua aula e explicou que teríamos de ler um livro para depois discutirmos sobre ele. Era sobre um assassinato. Mesmo que pensara que aquilo poderia ser por minha causa, ninguém sabia quem assassinou Jorge, mas logo saberiam, os boatos rolam muito rápido. Bem, seria ótimo para que pudesse ter algo em que “apoiar” para tentar capturar Adelle. O sinal tocou e outra aula começou, e o dia se passou.
  Enquanto ia em direção a saída da escola, senti alguém tocando em meu ombro e virei bruscamente assustada. Seria medo de me encontrar com Adelle inesperadamente no meio do corredor da escola? Não, era apenas...Matt.
  - Hã...então, quer voltar conosco?- ele perguntou meio sem graça. Um pouco mais atrás, Missie e Carl se aproximavam de mãos dadas.
  - Desculpe, eu...
  - O que isso irá lhe custar?- ele perguntou erguendo as sobrancelhas.
  - Okay, tudo bem, irei voltar com vocês- eu falei revirando os olhos.
  - Apenas precisamos achar Tyler. Ele deve estar na frente da escola ou na biblioteca- Matt falou indo em direção à saída. Eu o segui, assim como o resto da “panelinha-que-estava-incompleta”. Ao sairmos da escola, Haia uma multidão de pessoas e murmúrios para todo o lado. Essa multidão estava em volta de alguma coisa, meu coração começou a bater mais forte. Comecei a empurrar as pessoas para ver o que estava acontecendo, sem olhar para trás para ver se Matt, Carl e Missie estavam me seguindo. Ao chegar no centro de tudo, vi um corpo caído no chão com sangue ao seu redor. O meu celular começou a tocar, o peguei e deslizei meu dedo sobre a tela.
  - Olá Ally, tudo bem? Apenas quero comentar que hack é crime!- era a voz de Adelle, pensei em rastrear aquele número, mas logo os dois primeiros números, lembro-me, eram diferentes do o de ontem; Adelle desligou o celular. “Hack é crime!”, pensei na frase. Então ao olhar para o corpo que estava rodeado por alguns professores, percebi que, ao ver uma brecha, era Tyler, com uma faca em seu peito. Meu coração começou a bater muito mais rápido do que antes. Ouvi o barulho de sirenes de ambulâncias e carros policiais se aproximando. Sai da multidão correndo.
  - Ei! Ally, o que está havendo?- perguntou Matt preocupado e me segurando para que não saísse correndo.
  - Eu...e-eu sinto mu-muito...mesmo- eu disse com lágrimas nos olhos e com a voz fraca.
  - Ei, o que está havendo?- Carl perguntou também.
  - T-tyler...o corpo...sangue e...- eu gaguejei. Não conseguia formar a frase. De novo. Os olhos deles foram tomados pelo horror, Carl e Missie adentraram na multidão para ver e era verdade. Matt ficou comigo tentando me acalmar. Senti algo batendo em minha cabeça e caindo. Olhei para trás e depois para o chão. Lá estava uma bolinha de papel. Abaixei e a peguei, comecei a abrir o papel com medo do que estaria escrito lá. Ao terminar de abrir, o papel estava amassado e, nele, estava desenhado um garotinho gorducho, baixinho e de óculos. Em sua blusa estava escrito em uma letra miúda: “HACKER NOJENTO!”; em cima do garoto, que deduzi ser Tyler, estava escrito: “1-1. Quais ama.”
  - Ei, o que é?- Matt perguntou olhando em meus olhos.
  - Aqui- eu disse entregando o papel para ele. Ao terminar de analisar o desenho, seu rosto perdeu a cor- Foi o mesmo que recebi ontem, com a mesma frase: “1-1. Quais ama.”
  - Ei, Ally, devemos levar isso à polícia! Isso é algo realmente sério!- ele falou erguendo a mão em que estava o papel. Sua voz estava fraca.
  - Eu...eu também acho- eu murmurei. No mesmo momento, meu celular vibrou. Tirei ele do meu bolso, novamente, e havia uma nova mensagem. Número desconhecido. Deslizei o dedo sob a notificação da mensagem e a li:
Número desconhecido: Se fosse você, querida Ally, não levaria isso à polícia. A não ser que queira seus amiguinhos mortos.
Eu: O que você quer de mim?!
Número desconhecido: A pergunta seria o que quero lhe dar Ally...!
Eu: E o que é...?!
Número desconhecido: Desespero e desgraça!!
  Mostrei a mensagem a Matt. Ele leu espantado.
  - Não acha que também deveríamos mostrar isso a polícia?- ele perguntou ainda aterrorizado e com a voz fraca e baixa.
  - Não! Eu não quero ver mais sangue ou corpos mortos! Você não leu?- eu perguntei um tanto irritada.
  - Ah...mãe de Tyler- Matt disse desviando do assunto e olhando adiante. Olhei para onde seus olhos estavam direcionados. Uma mulher alta e magra chorava desesperadamente sobre uma maca que estava sendo levada para dentro da ambulância.
  - Você não quer ir para o hospital descobrir o que vai acontecer com Tyler?- eu murmurei ainda olhando para a cena.
  - Eu...eu vou- ele falou tristemente. Me devolveu o papel e foi em direção a Missie e Carl. Ela chorava enquanto Carl a abraçava, quem sabe para amenizar a dor de perder um amigo. Dei uma última olhada para tudo e sai dos “domínios” da escola, indo para o abrigo. Peguei o celular e salvei o número desconhecido como “Adelle”. Mesmo que ela sempre mudasse o contato, o número poderia me levar ao local em que estava escondida, para então resolver o que fazer com ela. Ela matara Jorge sabe-se lá o porquê; Tyler porque iria me ajudar a hackear sua localização ou coisas do tipo. Quem mais poderia assassinar? E a polícia ainda duvidara se ela realmente matara Jorge. Apressei o passo com medo, estava muito exposta. Ela sempre dá um jeito de acompanhar todos os passos, ou seja, tenho de dar um jeito de dar passos falsos para que ela os acompanhe, então ficarei a frente, e então realizarei a vingança.
  O celular começou a vibrar, meu coração começou a bater rápido. Parei bruscamente no meio da calçada e peguei o celular que guardara em meu bolso. Era Matt.
  - Então, já sabe alguma coisa sobre Tyler?- eu perguntei com a voz fraca.
  - Ally, a mãe de Tyler foi tirada à força da ambulância enquanto estava em movimento. Por pouco uma viatura não a atropelou, estou indo para o hospital para ver como ela está- ele falou com a voz acelerada e tensa.
  - Espere, e enquanto a Tyler?- eu perguntei confusa e assustada.
  - Não sabemos de nada- ele continuou- Estávamos logo atrás das viaturas e conseguimos ver um pouco. Parece que os médicos que estavam na ambulância roubaram a vã junto com Tyler dentro. 

sexta-feira, 15 de julho de 2016

De cabeça para baixo, capítulo 8

 - Hospital...- eu murmurei desligando o telefone com lágrimas nos olhos. O que estava acontecendo? Será que não poderia ter um momento de paz? Peguei o papel que estava guardado em meu bolso escrito “1-1. Quais ama” e o encarei por um instante.
  - O que houve?- perguntou Matt olhando para mim pelo retrovisor do carro.
  - Vá para o hospital imediatamente!- eu falei com raiva. Ele olhou para mim um tanto assustado, e virou repentinamente uma rua e começou a seguir caminho para o hospital. Eu olhei para a janela pensando em duas hipóteses: 1) Jorge revivera; 2) Jorge não é um zumbi para reviver e alguém o roubou, provavelmente Adelle. Tentei juntar o quebra-cabeça em minha mente mas sempre a imagem que saia no final era a de Adelle. Tentei manter a calma, tentando pensar em algo lógico, mas nada daquilo havia lógica! Um corpo, já morto, ser roubado do necrotério? Isso é coisa de psicopata!
  - Você pode nos contar o que houve?- Missie falou gentilmente.
  - Jorge...- eu falei olhando para ela- O corpo de Jorge não está no necrotério mais...
  Todos olharam para mim assustados, ignorei os olhares que recebia e voltei a olhar para a paisagem repleta de casas e lojas. Olhei para a loja que Jorge e eu fomos comprar os móveis para a casa. Um dor subiu e meu peito, e um sentimento de vingança espalhou-se pelo meu corpo. Iria tirar de Adelle o que ela tirara de mim, não importa o que aparecesse em meu caminho.
   Entramos no estacionamento do hospital e paramos. Sai do carro correndo e entrei no hospital desesperadamente. Olhei em volta e vi alguns policias conversando com uns médicos. Vivian também estava lá, porém não me viu. Corri em direção a eles.
  - Ei!- eu falei ao chegar- O que...como...quando...Jorge e...- eu falava sem conseguir criar uma frase coerente.
  - Ally Sppinet, certo?- uma médica falou olhando para mim.
  - S-sim...- eu falei ignorando o “Spinnet”.
  - Bem, iríamos preparar Jorge para o enterro, mas ao entrarmos...ele simplesmente havia sumido- ela falava rapidamente.
  - Já olharam as câmeras de segurança?- eu perguntei.
  - Já, mas aparece apenas um vulto preto, ainda estamos tentando identificar quem é- Vivian falou com a expressão séria.
  - Mas...mas então é isso? Vocês...vocês não têm seguranças aqui neste...hospital?- eu perguntei tentando controlar a raiva. Olhei para trás e vi Carl, Missie e Matt na porta de entrada olhando para mim- E eu não fiquei sabendo de nenhum enterro!
  - Ally, iríamos lhe falar- Vivian falou com culpa em sua expressão.
  - Okay, e vocês tem um enorme senso de responsabilidade! Deixa uma pessoa...-eu engasguei- morta sumir...?
  - Ally, iremos resolver isso!- um médico falou tentando me acalmar.
  - Primeiro: ele é brutalmente assassinado dentro da própria casa. Segundo: vocês desconfiam que Jorge fez algo com Adelle. Terceiro: ele simplesmente some do necrotério. Quarto: vocês já decidem o que fazer com ele sem eu saber de nada!- eu falei listando tudo o que estava acontecendo comigo nestes últimos dias.
  - Ally, acalme-se por favor!- um policial disse em tom de alerta- Iremos desvendar este caso, temos bons policias.
  - Há- eu ri ironicamente- Tão bons que Adelle já está presa e Jorge já está pronto para o enterro, não é mesmo?
  Os policias olharam para mim em tom e autoridade e alerta, como se eu fosse presa por falar com eles deste modo. Olhei para todos e comecei a caminhar em direção a porta.
  - Ei, você está bem?- uma enfermeira que estava atrás de um balcão falou ao ver minha testa.
  - Melhor impossível- eu forcei um sorriso e sai do hospital.
  - Ei, o que houve?- Carl perguntou andando ao meu lado.
  - Já não lhe contei?- eu falei com raiva- A única informação complementar é que não acharam o autor do crime.
  - Você tem alguma ideia de quem seja?- Matt perguntou já entrando no carro.
  - Sim- eu falei entrando no carro e fechando a porta.
  - E quem é?- ele perguntou esperando que todos entrassem para ligar o carro e sair do estacionamento.
  - Adelle- eu falei com raiva.
  - Mãe de Agnes?- Missie falou tom deboche na voz- Impossível, ela é uma mulher incrível.
  - Então por que as digitais dela estão na arma de crime?- eu falei olhando para ela com ódio no olhar. Ela ficou sem expressão e se calou, todos se calaram. Matt deduziu que eu fosse para o abrigo, então me deixou lá. Sequer acenei para eles, apenas entrei no abrigo tentando ser forte. Subi as escadas já tentando decorar onde meu quarto ficava, ficaria lá por mais um tempo.  Abri a porta do quarto e a tranquei. Peguei minha mochila e comecei a organizar meu material, fazia um bom tempo que não ia para a escola. Abri a pequena janela que ficava em cima da mesinha e coloquei meu pescoço para fora, vendo algumas pessoas na rua, continuando com suas vidas normais e talvez, felizes. Tirei a cabeça de fora da janela e sentei-me na cadeira, pensando em como acharia Adelle. Vingança. Tirar alguém dela? No que estava pensando? Estaria sendo pior do que ela, não é? Olhei para o calendário sem noção de que dia da semana eu estava, ou o dia que Jorge fora assassinado. Pelo menos sabia que fazia, mais ou menos, duas semanas desde que fora para a escola pela última vez.
  Peguei um roupão, um par de chinelos, shampoo, condicionador e sabonete e fui direto para o banheiro. Pelo o pouco que lembrava, havia um banheiro para cada dois andares do prédio no final do corredor. Teria de subir para o sexto andar. Fui para o início do corredor e subi as escadas, depois fui para o final do sexto andar, lembrando em como fazia uma confusão para achar as coisas neste local. Agora acho que estava um tanto acostumada. Entrei e acendi as luzes, caminhei até o fim do recinto e entrei na parte dos boxes. Coloquei minhas coisas em um armário e entrei em um box, liguei o chuveiro deixando a água escorrer pelo meu corpo. Lembrava de que toda vez que ia tomar banho chorava, por que agora não? Tentei “consultar” meu coração e, sim, havia vestígios de tristeza e saudades, mas parecia que estavam sendo ocupados por ódio e sede de vingança. Isso não era bom. Tentei pensar em coisas felizes, mas todas giravam em torno de uma pessoa: Jorge. E nisso resultava em sua morte, que resultava em Adelle. Depois de longos minutos tendo diversos pensamentos, terminei o banho e voltei ao meu quarto. Sentei-me em minha cama e escondi meu rosto em minhas mãos, como seria amanhã? Teria de, provavelmente, enfrentar olhares e “meus sentimentos” pelo resto do mês. Esse pensamento resultou em Adelle, novamente. Meu coração estava sendo consumido por ódio. Troquei-me e peguei um livro para passar o resto do dia lendo, pelo menos não ficaria nesse mundo horrível. Enquanto passava os olhos pelas linhas e meu cérebro montava todo o cenário, minhas pálpebras iam pesando, até meus olhos fecharem e eu dormir.
  Acordei com o famoso “despertador natural” e me troquei, peguei minha mochila e fui para o refeitório. Tomei o “delicioso” café da manhã e sai daquele lugar. Fui caminhando em direção do caminho da escola, que esperava não ser o errado, e ocupava meus pensamentos com o último livro que lera. Estava me aproximando da escola e vi alguns pais deixando seus filhos lá, adolescentes saindo do ônibus escolar, alguns chegando de uma caminhada e outro saindo de seus carros. Lembrei do meu carro e pensei no que havia acontecido com ele. Afastei esse pensamento e continuei com a minha caminhada, entrei na escola atraindo alguns olhares. Abaixei a cabeça e caminhei até o meu armário, como não sabia o dia de hoje, simplesmente enfiei todos os livros na mochila, a deixando pesada, e fui para a biblioteca para esperar o sinal. Muitas pessoas me pararam, me abraçaram ou falaram “meus sentimentos”, “sinto muito”, ou coisas do gênero. Não falei nada, apenas continuei indo em direção a biblioteca. Vi Tyler conversando com alguns meninos e lembrei-me de que ele andava com Agnes, que era supostamente a filha da assassina do meu pai. Teria de perguntar a ele sobre Agnes, e perguntar a Matt, Missie e Carl também. Não perguntara ontem pois o carro estava com a atmosfera pesada depois que acusara Adelle.
  - Ei! Tyler!- eu falei aproximando-me dele.
  - Ah, oi Ally. Como vai?- eu ele perguntou meio culpado- Então...meus pêsames sobre o que aconteceu e...sinto muito mesmo por aquela pegadinha. Sempre fazemos com os alunos novos e...
  - Tá, ta, já sei. Obrigada e eu te desculpo- eu falei apressada- Sei que é meio estranho mas...você sabe sobre Agnes? Ela tem vindo na escola ultimamente?
  - Agnes...? Ah, não, sinto muito. Não a vejo desde que você parou de vir para a escola. Ela sumiu, ninguém sabe onde ela está- Tyler falou coçando a cabeça.
  - Ah, você tem o número de telefone dela ou alguma coisa do tipo?- eu perguntei para ele esperançosa.
  - Sinto muito, eu tenho mas a maioria da escola já tentou ligar para ela- ele falou olhando para os amigos dele- Parece que o número não existe mais...
  - Ei...você é o que pulou de ano, não é?- eu perguntei balançando a cabeça e me lembrando do que ouvira antes. Ele deveria estar no nono, e agora estava no segundo.
  - Ah...sim, sou eu- ele falou dando um sorriso meio sem graça.
  - Você sabe mexer com coisas de computador?
  - De que tipo?
  - Hackear...?- eu perguntei. Droga, muito direta.
  - Ah...soa meio estranho mas...hã...eu sei sim- ele falou corando.
  - Ah, certo. Você irá me ajudar?- eu perguntei.
  - Com o que?
  - Hackear tudo o que possa levar contato a Agnes!